quinta-feira, 25 de abril de 2013

RESERVA DE ÁGUA NO AÇUDE DE URUOCA É CONSIDERADO PREOCUPANTE


   As condições atuais de armazenamento de água nos açudes do Estado ainda é extremamente preocupante e bem inferior em relação ao ano passado. Os longos períodos de estiagem têm feito com que o pouco de água acumulada evapore, não possibilitando as condições necessárias de reposição. Em invernos considerados normais, a renovação hídrica chega a até 60%.
  No Açude Castanhão, no Vale do Jaguaribe, o volume de água está reduzido, a ponto de poderem ser vistas construções da antiga Jaguaribara, que foi inundada durante a construção do reservatório.
  Na estação deste ano, está em menos de 10%, o que representa uma recarga insignificante. O volume de água total no Estado tem praticamente se mantido, em pouco mais de 43%, segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará (Cogerh).
  Em algumas cidades do Ceará, os riscos ainda são iminentes de colapso no abastecimento. Nos maiores açudes do Estado, a exemplo do Castanhão, Orós, Truçu, Banabuiú e Araras, a reserva é considerada satisfatória, mesmo para abastecimento em dois anos de seca, de acordo com a avaliação da Cogerh.
  Segundo o assistente da diretoria de operações da Companhia, Gianni Lima, membro do Comitê Integrado de Combate à Seca, a reserva que se tem até o momento na maioria dos açudes do Ceará é preocupante e grande parte se encontra com o volume abaixo da média. Em 14 municípios já foi registrada situação de colapso no abastecimento em 2012. Nessas áreas, localizadas nas regiões do Alto Jaguaribe, Inhamuns, Crateús e Curu, foram necessárias ações emergenciais com a atuação de carros-pipa no abastecimento.
  Segundo o técnico, a região da Bacia do Salgado, na qual se insere o Cariri, é a que está em condições mais confortáveis, mas a previsão é que até o final do ano, caso não haja armazenamento, a situação se agrave bem mais do que durante o segundo semestre do ano passado.
 "Podemos perceber com essa realidade que temos hoje uma situação crítica, em todo o Estado", avalia.

Pluviometria Ontem, foram registradas pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) chuvas em 93 municípios do Estado. As maiores precipitações ocorreram em Aracati, com 86 milímetros, e Pacatuba, com 69 mm. A região Jaguaribana registrou as maiores chuvas. Segundo o meteorologista do órgão, Raul Fritz, as chuvas dos próximos dias não devem se prolongar muito e poderão estar direcionadas ao litoral, Jaguaribe, Ibiapaba, Cariri e com possibilidades em outras regiões do Estado.
  De acordo com a Funceme, o percentual de chuvas desde o começo do ano já chega a ser 60% abaixo da média e praticamente se entrou na reta final da quadra invernosa. A média elevada de chuvas acontece normalmente entre os meses de março e abril, época em que os reservatórios obtém maior acúmulo de água. Somente ontem, após uma chuva de 55,8 milímetros, em Alto Santo, o açude Figueiredo chegou a pegar volume de água pela primeira vez.
  O Castanhão está atualmente com a capacidade de 51,8%, segundo a Cogerh. Para o técnico Gianni Lima, essa é uma reserva satisfatória e o volume tem se mantido. Já em relação a outros grandes açudes como o Orós, o volume atual chega a 65%. Ele atribui essa boa condição de acúmulo de água, graças à construção do Castanhão, que fez com que a utilização do reservatório fosse reduzida e as chuvas também registradas, até o momento, nas regiões Centro-Sul e Sul do Estado, vêm auxiliado. O açude Araras está com a capacidade de 41,5% e o Banabuiú, com 42%. O Trussu está em melhor situação, com 70,5%, na região do Alto Jaguaribe.

Colapso
  Mesmo com uma realidade melhor em relação aos reservatórios em algumas regiões do Estado, Gianni Lima destaca municípios com risco iminente de colapso no abastecimento como Irauçuba, Itapajé e Milhã. A cidade de Salitre, mesmo com fortes chuvas no começo do ano, não possui reservatórios e o abastecimento está comprometido, por meio de poço da cidade de Araripe, que deverá ser administrado pela Cagece. Outras cidades como Beberibe, Pacoti, Paracuru, Itatira e Acopiara, além de Caridade e Trairi, também estão em risco. Nas cidades litorâneas, essa realidade pode ser afastada, caso haja registros de chuvas por mais dias.
  Nas cidades de Crateús e Tauá a situação, segundo o membro do comitê, deverá ser minimizada com a estruturação de uma adutora em caráter emergencial, a partir de açudes com reservas satisfatórias. Ele afirma que todas as propostas de minimizar os problemas relacionados às dificuldades de abastecimentos, vêm sendo acompanhadas e estudadas por órgãos como a Cogerh, Secretaria de Recursos Hídricos do Estado, Cagece e Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra).
  Quanto aos municípios que ele classifica em risco de colapso até o final do ano estão Pacujá, Palmácia, Antonina do Norte e Catunda, Coreaú, Parambu, Potiretama, Canindé,Uruoca, Caririaçu, Itapipoca, Nova Russas, Senador Sá e Potengi. Estes município, conforme avaliação da Cogerh, estão com situação pior na zona rural.
Fonte: FUNCEME E DN

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