O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, alvo maior da Operação Lava Jato, ganhou nesta terça-feira, 30, o benefício da prisão domiciliar por ordem judicial. Mas terá que devolver US$ 25,8 milhões que mantém na Suíça e em Cayman, pagar multa de R$ 5 milhões e devolver a Range Rover avaliada em R$ 300 mil que ele ganhou de presente do doleiro Alberto Youssef– segundo acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Escoltado por agentes da Polícia Federal, ele deverá permanecer em sua residência, em Ipanema, Rio, no mínimo por um ano, sob rigorosa vigilância. Vai usar tornozeleira eletrônica.
A prisão domiciliar do executivo faz parte do acordo de delação com 26 cláusulas que foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.
Em sucessivos depoimentos, a partir de 29 de agosto, Costa revelou os bastidores do esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na Petrobrás. Apontou nomes de pelo menos 32 deputados e senadores e de um governador que teriam recebido propinas. Teori destacou que por meio das revelações do ex-diretor “foi possível identificar um conjunto de pessoas físicas e jurídicas envolvidas em operações ilícitas, entre as quais as ‘utilizadas inclusive para lavar dinheiro oriundo de crimes antecedentes praticados em detrimento da Petrobrás’”.
Para o ministro, “há elementos indicativos de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive de parlamentares federais, o que atrai a competência do STF”.
Via; Estadão