Mesmo com provas de desvio de verbas, morosidade da Justiça garante impunidade a gestores públicos
A procuradora da República Nilce Cunha diz que algumas ações contra gestores públicos aguardam há 12 anos por uma resposta da Justiça FOTO: FABIANE DE PAULA
Apesar das inúmeras intervenções do Ministério Público (MP) para fiscalizar a atuação de gestores cearenses, sugerindo ações de improbidade administrativa para apurar irregularidades contra prefeituras e outros órgãos públicos, o trabalho dos promotores do Interior e da Capital ainda esbarra na morosidade da Justiça e na demora das condenações aos infringentes do patrimônio público. O cenário reforça certa impunidade aos crimes de colarinho branco, que até chegam a ser desvendados, mas raramente têm o desfecho que a sociedade espera.
O promotor de Justiça Eloilson Landim, integrante da Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), diz que ainda há uma disritmia entre a tramitação das ações e uma resposta mais eficaz na Justiça. "Lamentavelmente a Justiça brasileira acoberta, resguarda, extrapola nas garantias da situação desses prefeitos que desviam recursos públicos". E questiona: "Como você vai administrar um município se já demonstrou documentalmente que se apropria do dinheiro público?".
Neste ano, a Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra a Administração Pública, do Ministério Público Estadual, deu suporte de investigação para a proposição de ações em pelo menos cinco municípios cearenses: Uruoca, Quixeramobim, Jijoca de Jericoacoara, Itaiçaba e Potengi.
Via; Diario do Nordeste
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